Realengo - 07/04/2011

Vida

Precisamos aprender a viver

Precisamos reaprender o valor da vida

Que vida é essa?

Hoje, vindo do trabalho eu estava pensando:- Estou meio desatualizada dos fatos, do mundo. Sabe quando você fica dois dias sem assistir ao noticiário, sem ler os jornais, sem acessar a internet? Pois é, foi assim que passei essa semana. Pensei, quando chegar em casa, vou me atualizar...

"Ex-aluno mata 11 e deixa 13 feridos e se mata. Policial herói, evita tragédia maior!"

Uau... Talvez fosse melhor continuar desatualizada! Me senti como em 2007, no caso do menino João Hélio, que fora arrastado pelas ruas do Rio de Janeiro. Lembro como se fosse hoje, estava sem acesso a nada, estava de mudança e em minha casa estava sem internet, sem televisão, sem contato como o mundo e, quando me reconectei, me deparei com tal notícia... Fiquei chocada, assim como fiquei hoje...

São apenas crianças, matando, sendo mortas!

Morte... Mata-se por tão pouco e se morre por menos ainda!

Quando somos crianças, somos meio cruéis mesmo. Fazemos piadas dos que se vestem mal, dos que são esquisitos, dos que são diferentes e como vimos, isso pode nos custar a vida e o pior, é que não custou nem a vida dos que supostamente zombaram do doente que praticou tal atrocidade... As crianças que morreram, nada tinham participado da vida do infrator da vida alheia, do ceifador de sonhos, do monstro chamado solidão.

O que leva alguém a entrar em sua ex-escola e atirar contra pessoas que nunca viu? Contra crianças, contra seu próprio passado?

O que leva alguém passar pelos corredores de suas lembranças, armado de ódio, carregado de munição de mágoas, carregando nos bolsos o pedido de perdão do céus pelos pecados ainda a cometer, pela própria incapacidade de perdoar?

Pensemos!

Onde está o valor da vida?

Onde está o amor ao próximo?

Onde está o amor?

Amor...

"Amai ao próximo como a ti mesmo!"

Deus não nos pediu nada além disso!

O próximo hoje só se torna próximo dessa forma, quando o enxergamos dentro de nosso ódio, dentro de nossa dor!

Só enxergamos o menino de rua, quando nos rouba a carteira!

Só enxergamos os garis, quando nossas ruas estão sujas!

Só enxergamos os morros, quando suas balas atingem nossas paredes!

Só enxergamos o outro, quando esse outro se torna um empecilho, o infrator, o algóz, o malfeitor!

Só enxergamos a dor, quando essa se torna nossa, porque enquanto é dos outros, tanto faz!

Acordemos humanos de boa fé!

Acordemos filhos da esperança!

Acordemos enquanto podemos lutar!

Acordemos enquanto nossas crianças sorriem, porque de cenas de horror, já nos basta nossa própria pobreza de espirito!