PEDAÇOS...
Sou uma alma flutuante difícil de ler
Sou um pensamento que se forma e esvai
Sou ramo ressequido que pelo campo cai
Sou pedaços de mim em constante crescer
Sou o caule da flor que reclama por água
Sou o barco que dança ao sabor da maré
Sou aquele tal que ninguém sabe quem é
Que vive na esperança de apagar a mágoa
Sou o corpo que dói quando está sofrido
Que acorda nas manhãs meio aturdido
E se lança na vida em busca do ego
Éter do meu ser concedei-me a luz
Que a tal desígnio eu nunca me opus
Antes que o coração fique quieto e cego.