ATRAVÉS...

Chove

Laivos cristalinos

Que refrescam só de ver

Gotas de água

Que se beijam

Que se tocam

Que se afastam

Depois do abraço

Através da vidraça

Tento senti-las

Qual fantasma

Que penetra muros

Sem forma nem espessura

Assim como no sonho

Te aproximas tanto

Da realidade!...

Através da ilusão

Do querer tanto

Da silhueta que te confunde

Da meta inalcançável

Do som que julgas ouvir

Do corpo que tocas

Sem tocar…

Acordas sobressaltado

Ouves uma voz ao longe

Sumida

Sinistra

Severa

Que te condena

Tal como a gota de água

Também o sonho

Morre para além da vidraça.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 21/04/2011
Código do texto: T2921976