ATRAVÉS...
Chove
Laivos cristalinos
Que refrescam só de ver
Gotas de água
Que se beijam
Que se tocam
Que se afastam
Depois do abraço
Através da vidraça
Tento senti-las
Qual fantasma
Que penetra muros
Sem forma nem espessura
Assim como no sonho
Te aproximas tanto
Da realidade!...
Através da ilusão
Do querer tanto
Da silhueta que te confunde
Da meta inalcançável
Do som que julgas ouvir
Do corpo que tocas
Sem tocar…
Acordas sobressaltado
Ouves uma voz ao longe
Sumida
Sinistra
Severa
Que te condena
Tal como a gota de água
Também o sonho
Morre para além da vidraça.