COM SUAVIDADE...

Quando me vires prisioneiro do horizonte

Face crispada, corpo inerte, ausente

Não tragas até mim um ror de gente

Bastar-me-ás tu como minha fonte

Quando me vires com ar de desconforto

Olhos cerrados, sitiado no vazio

Lança sobre mim o teu olhar macio

E o silêncio como se estivesse morto

Na brandura das horas que me isolam

Das resignações que à minha face colam

Numa constante e sonora ambiguidade

Fala comigo, chega-me a tua presença

Quando acordar lavar-te-ei a sentença

Tocares-me leve, com suavidade

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 21/04/2011
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