COM SUAVIDADE...
Quando me vires prisioneiro do horizonte
Face crispada, corpo inerte, ausente
Não tragas até mim um ror de gente
Bastar-me-ás tu como minha fonte
Quando me vires com ar de desconforto
Olhos cerrados, sitiado no vazio
Lança sobre mim o teu olhar macio
E o silêncio como se estivesse morto
Na brandura das horas que me isolam
Das resignações que à minha face colam
Numa constante e sonora ambiguidade
Fala comigo, chega-me a tua presença
Quando acordar lavar-te-ei a sentença
Tocares-me leve, com suavidade