Desejo.

Por que não pode simplesmente ser assim, como nos meus sonhos? Você chegaria aqui, de uma hora para outra, tocaria a campainha da minha casa, e eu iria atender, sem saber quem é. Me assustaria com a sua voz, morreria de vergonha por estar totalmente desarrumada. Você subiria as escadas, e, ao te ver, nada mais seria importante. Eu correria até você, e pularia no seu pescoço num abraço desajeitado. Você diria que sentiu a minha falta, olharia nos meus olhos e passaria as mãos nos meus cabelos na tentativa falha de colocar aquelas mechas rebeldes no lugar. Poderíamos ficar assim, nos olhando, por um tempo indeterminado - eu perderia a conta do tempo após te ver - e então eu te convidaria para entrar no meu quarto bagunçado, mas você não se importaria, porque nós dois estaríamos juntos. Conversaríamos sobre coisas idiotas, faríamos coisas idiotas. Você começaria a fazer cosquinha em mim, e eu imploraria para você parar. Te bateria, você me abraçaria. E aí eu teria certeza de que estaria tudo bem. Seus dedos se entrelaçariam aos meus, ouviríamos a nossa música favorita, veríamos o nosso filme preferido no sofá da sala, espalhando pipoca por todo o chão. Eu descansaria minha cabeça no seu peito, onde adormeceria, enquanto você acariciaria meu ombro e faria eu me sentir especial. Pelo menos por um dia, por uma breve tarde. Só nós dois, vivendo tudo o que eu sempre quis viver. Só nós dois, juntos, mesmo que por um breve espaço de tempo. Só nós dois… como num romance de cinema.

Raíssa César
Enviado por Raíssa César em 27/04/2011
Reeditado em 01/05/2011
Código do texto: T2934435
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