A vida não é viva

A vida não é viva, o oxigênio que penetra meus pulmões não me parece tão essencial, o sangue que circula em minhas veias parece dispensável, as lagrimas que rolam por minha face não possuem emoção.

À noite caí, a madrugada chega com o seu estupendo silêncio que deleita os meus tímpanos. O silêncio, um mundo que por um instante parece estar morto como eu. O sono chega, o mundo acorda e parece que estou só. Eu respiro fundo, sinto o ar dispensável saindo e entrando nos meus pulmões, olho as horas, já se passam as 11:00 e mesmo assim o corpo pesa ao sair da cama e deseja ficar ali para sempre. Lembro da minha vida, das minhas conquistas e das minhas derrotas, esta por sua vez uma multiplicação das conquistas. Sinto desgosto. Fico de pé, sinto vontade de beber, sinto vontade de fumar, não bebo e não fumo, eu quero, mas não gosto. Sinto falta de amigos, de amores, sinto falta de uma vida que ainda não foi vivida.

Traço metas, traço planos, traço pequenos sonhos que são difíceis de acontecer, justamente porque preciso batalhar com todas as pessoas que parecem estar mortas como eu. Preciso lutar com pessoas que lutam por objetivos iguais, sonhos parecidos, preciso alcançar tais objetivos primeiro, preciso deles para ser feliz, mesmo sabendo que outra pessoa continuará infeliz, preciso fazer isso por mim, por todas as poucas pessoas que eu amo, preciso realizar esse sonho, preciso me sentir vivo, parte de algo, preciso viver a vida que tenho para ser vivida.

Isso só depende de mim.