ê, raiva...
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para quem precisa de silêncio, caixas de som no mais alto volume
incólumes de qualquer vácuo que possa separar o espinho da dor
para qualquer ser por demais apaixonado, um beijo seco, o azedume
e a certeza de que o outro sente... qualquer um... mas não amor
para quem é vivo, morte. para quem é morto, que continue assim
para quem precisa... necessidade sem fim
para quem tem voz e fala, afonia extrema sem causa aparente
para quem se fecha e cala, uma dor no céu da boca e um corpo doente
para quem tem sono, a luz do sol e olhos abertos, azuis
para quem tatua, as rugas e a ferida aberta... o pus
para quem sente saudades, distância
para quem tem pressa, eterna infância
para o poeta, a bailarina de perna quebrada
para o palhaço, a mais sem graça das piadas
para toda rua, uma beco sem saída
para o inferno... tudo e todos.
Vitório Vilas