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Pensara em 10.000 motivos. Um mundo deles.

Restaram tonturas-tantas-tortas... quase dez mil. Um mundo de desmembramentos orientais, des.SenTiMenToS e ReS.SenTiMenToS velhos e mundanos.

Um sem-fim - quiçá 10.000 termos - de signos a decifrar, tantos medos a enumerar e perdas inevitáveis feito hieróglifos antigos.

Quisera dar-lhe os ombros, os olhos lacrimosos, as palavras doces. Mas, era época de ceifa, noite na manhã ensolarada. Nem sempre há meio de se dizer o que é óbvio demais para ser dito assim.

Dei-lhe pipocas doces, dei-lhe chamegos, apertos de mão e até beijos. Porém, deixara no batente da porta uma inscrição seca e disse que era 'algo para pensar'.

Há jardins que não aceitam o Sol. Há flores que aspergem fétidos perfumes e ressecam quando um jardineiro sorridente as rega. Há ardumes em doces convidativos e belamente ofertados.

Olhei para trás. Pude notar a imagem ressequida, envelhecida pela indefinível consciência de ser menos querendo ser mais. Lá estava. Deitara-se na via marginal e colocara em seu peito uma letra roxa.

E pensar que eu teria - SiM! - 10.000 presentes para doar-lhe...

xll CLaRa Lee llx
Enviado por xll CLaRa Lee llx em 04/05/2011
Reeditado em 05/05/2011
Código do texto: T2948958
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