RECEIO DE ENXERGAR

Foi-se a gaivota, com ela, seu ninho...

Um vôo cego em busca de outras aventuras .

O mar se despede com acenos das ondas,

Vai recriando caminhos

Entre nuvens que se mostram como moldura,

Com azul de fundo, um sonho, uma viagem.

Fica-me o pensamento,

Lento..., aceito a amargura.

Vai-se o carinho profundo,

Das vírgulas da imaginação.

Um aposto que tudo explica,

a incerteza como pano de fundo.

A gaivota foi porque olhou o mar,

Um espelho d´águas que lhe mostrou o semblante´,

Um rosto de poeta, belo e fascinante.

A gaivota partiu diferente,

levou consigo a imagem invertida,

achou mais bela a outra que viu,

naquele imenso mar de revelações.

a gaivota viu tudo que desejava enxergar,

só não imaginou que tudo aquilo,

era a beleza do seu próprio olhar.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 01/07/2005
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