O LADO AVESSO DO AMOR

O importante não é o amor, mas sua finalidade e essência – o Amar!

Fico a observar quando surge o amor e quando ele desaparece...

É como um nevoeiro que modifica/altera a paisagem de um sol de primavera, tornando o azul do céu em cinza carbonizado, resto de material orgânico.

Tenho ainda percebido que um dos termômetros indicativos do amor é a paciência. Sem ela o que deveria ser dado/feito com alegria, torna-se obrigação de obrigado mesmo, não de um dever carinhoso, não de gratidão...

É algo tão isento de prazer que nos tira a alegria do ato...

É algo tão angustiante e amargo, que o que deveria ser um ato de comprazer, torna-se uma ação de esmola, de profundo constrangimento.

Mas fico a me perguntar: Por que o amor vai embora? Por que se busca outro caminho? Por que se esgota em inquietudes e desesperos, angústias torrenciais e depressões cataclísmicas?

Quem inventou o Amor também pensou nas consequências do desamar? Na dor de procurar e não encontrar? De ser rejeitado, humilhado, mesmo quando te encontras desprendido de qualquer tipo de avareza?

Mas quem foi que inventou o Amor?

Foi um Deus dotado de plena sabedoria e conhecimento, ou fruto das indagações e paixões humanas?

Será que não foi algo construído para imortalizar; um sentido de perfeição ao que já era mortal, para tornar o homem um deus do seu próprio pensamento?

Para falar sobre o Amor como essência de algo, é preciso se abstrair de toda interferência do agir humano, pois ele está acima da razão humana que nem sempre motiva seus atos.

Vejo também que o Amor sofre por seus apelos e seus desencantos; desencontros do passado refletido no tempo presente.

E agora! Diante de tudo, diante da vida - qual o caminho que poderá me levar a ele?

Não imagino uma estrada reta que aparenta ser infinita aos meus olhos e a minha ansiedade.

Tampouco não o vejo como um terreno íngreme, como um carro que anda desgovernado sem freios e sem guia...

Mas chego a entender que é um caminho sinuoso de dimensões labirínticas, de devaneios e incertezas; de um conhecer/reconhecer com grandes descobertas e, muito mais dúvidas que ajudam a perturbar a tua paz de viver...

Se é que podemos afirmar que: quem ama vive ou, aprende a conviver com quem se ama...

Será então que o Amor é uma técnica, um novo formato de moldar as pessoas, para mostrar que elas têm o direito de ser feliz, independente de tempo e espaço? Ou será que é pura “inconveniência” de uma sociedade que por qualquer coisa ou motivo diz que ama o outro, mas que suas ações são desprezíveis de ternura e de verdade?

Verdade ou mentira se achares que inventando o Amor, poderás ser feliz, invente-o, molde-o ao seu bel prazer e fale para sua consciência que ama a Vida e, que é muito feliz – Propague isso!

Mas se você acha que tudo isso possa ser uma ilusão de óptica psicológica. Cuidado! Pois poderás estar criando um monstro dentro de ti, como o SATURNO da mitologia grega, pintado por Goya, que está preste a te devorar.

Se você já inventou o Amor, viva-o. Se ainda não o conhece, corra do monstro que poderá estar dentro de ti.

Luiz Carlos Serpa
Enviado por Luiz Carlos Serpa em 21/05/2011
Reeditado em 28/09/2011
Código do texto: T2984616
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