Livre expressão

Lembro que, há muito tempo, assisti um programa de entrevistas na TV e a apresentadora perguntou algo ao entrevistado, que respondeu de modo não muito simpático, mas com extrema sinceridade. Ela admitiu que quem fala o que quer, ouve o que não quer. Assim, também o convidado foi jocoso na sua resposta e poderia isso ter acabado num sem fim de réplicas e tréplicas.

Assistimos e lemos pessoas falando barbaridades por aí, usando a liberdade de expressão, que o bom tom, o discernimento deveriam coibir. Nem tudo que pensamos, é válido transformar em palavras. Mais uma vez cito a Epístola de São Paulo aos Coríntios: ““Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.”

Não creio que colocarmo-nos de modo mais delicado, mais sutil, seja repressão. Penso que nossa liberdade de expressão não nos permite uma jocosidade abusiva. Assim, se decidirmos escrever ou falar tudo que vem à cabeça, nos sujeitamos a ouvir críticas severas, ou sermos ostensivamente, ignorados.