AQUELE MAR QUE ME REFRESCA...
Nasce o sol
Alguém se espreguiça
Numa janela de sexto andar
Limpo de preconceitos
Imune aos bons costumes
Ditados por uma burguesia
De mal resolvidos
Sabe tão bem aquele movimento!...
Caminho…
Sobre pedras escaldantes
Indiferente ao mundo que me rodeia
Mas acusando o ardor que me consome
Ferve-me a mente
Despojada de pensamentos
Ao lado, mesmo ao lado
O momento lúdico de rara beleza
Uma voz cálida que me chama
Que não me puxa, mas incita
O Mar….
Com mãos salgadas
Braços curvilíneos
Manto de espuma
Que me quer abrigar no seu regaço
Aceito o convite
Envolvo-me no seu corpo de cumplicidade
Beijo-o com quantas bocas me aprouver
Adormeço com ele
Aquele mar que me refresca.