SOU NADA ...
Vivo na sombra da vida
Nos subterrâneos onde posam ratos
Onde nascem catos de verde esfumado
Onde a trovoada urina os seus dejectos
Não tenho nada para te dar
Porque eu sou nada…
Há dias em que me confundo com insectos
Há dias em que subo ao alto da montanha
De pernas trementes, olhar de desconforto
Não serei eu o resultado de um aborto
Esquecido numa rede que o pescador amanha?
Que te posso dar se nem eu sei quem sou?
Um beijo, um sussurro, um sopro à distância?
Não … tu és magnânima !!!...
Eu sou apenas o sorriso que me engelha a face enlameada
Sou quem te olha correndo o risco do delito
Sou quem tu não queres … sou nada.