Síndrome dos olhos

É difícil acordar e perceber a vida, abrimos os olhos e sem perceber estamos num ritmo mais elevado que o costume. Tudo passa tão despercebido quando estamos de olhos abertos, a vida não se insinua. Quando acordamos e realmente abrimos os olhos pensamos “estou vivo (a)” percebemos que a vida é fictícia de mais para suportamos, olhamos para a realidade real do viver e morremos por dentro, apodrecemos antes de florescemos, imaculados numa vida própria incomum. E o que mais se importa? Uma vida sem vida, uma que não é sua vida ou uma sabia vida não vivida?

”A vida é como um sonho; é o acordar que nos mata”.Virginia Woolf

Tudo o que resta não sobra nada, nada reaproveitavel. Cada pensamento, cada capacidade de qualquer força, simplesmente é mais um dia de uma vida de saudades. O ser humano vive como um encosto, precisamos de algo para nos apegar para apenas não sentirmos nós mesmos. Nos sentimos tão fracos ao fechar os olhos, e nos sentimos tão fracos ao abrirmos os olhos que criamos uma sub-paisagem própria.

Nos facilita viver assim, o mundo se torna menos amedrontador. Dizem que sonhos são desejos mais profundos, e dizem que sonhos também são medos mais profundos, o que seria um sonho? Uma verdade? Uma mentira? Ou apenas a voz de um sub-consciente?

São tantas as perguntas que eu escondo minhas respostas. O mundo vive delas.

Yuri Santos
Enviado por Yuri Santos em 11/06/2011
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