...FAZES DEMASIADAS PERGUNTAS.......
Conheces o amor?
- Conheci!
Conheceste?
- Sim, já se cruzou comigo.
E depois?
- Depois isolou-se num mundo só seu.
Como assim?
- Fazes demasiadas perguntas...
Não me queres contar?
- Depois nada...
Nada?
- Sim...está preso em palavras de poesia.
E tu és poeta?
- Eu? Não sou poeta, mas poderia ser.
Porquê?
- O que queres saber?
Poderias ser poeta? Não és?
- Não sou poeta, apenas escrevo palavras de sentimento, por amor.
E isso não é ser poeta?
- Não... ser poeta não é só isso.
Escreves por amor?
- Fazes demasiadas perguntas...
Quero compreender... Então, escreves por amor?
- Todos aqueles que escrevem, ou fazem-no com amor ou por amor.
E isso é ser poeta?
- Já disse que não!
Então?
- A poesia está nos olhos de cada um e na forma como "bebem" a vida que se derrama perante o seu olhar.
Por isso dizias que não és poeta, mas que poderias ser?
- Sim...
E o amor?
- Voltamos ao amor?
Sim, porque não? Conheceste-o, não foi?
- Sim, foi!
E agora?
- Agora o quê?
Por onde anda?
- Anda preso no meu coração em palavras que tomam a forma de poemas.
Mas se não és poeta...
- Pois, mas poderia ser...
O amor está preso apenas no teu coração?
- Não...aquele que ama prende o amor na chama da sua alma.
E ninguém pode roubar o amor?
- Não, não se consegue roubar o sentir de alguém; é algo que só a si pertence e a mais ninguém.
Amas?
- Fazes demasiadas perguntas...