MÃOS...

Ao alto como uma prece

Em baixo levantando do chão

Mãos…

Peças preciosas

Que muitas vezes respondem um não

Quando a cabeça desenha um sim

Mãos…

Que acenam

Que ameaçam

Que agridem

Que acariciam

Que conhecem como ninguém

Os contornos dos nossos corpos

Do meu

Do teu

Que beijam com os dedos

Quando a boca adormece

Que pegam

Que despegam

Mãos…

Mundo de sensualidade

Que sentem as alterações da pele

Como a alma sente o bater do coração

Que em vida servem de termómetro

Como na morte te encerram os olhos

Que te acariciam o ventre

Como te tocam nas despedidas

Sem regresso

Mãos…

Que te tocam o pescoço

Quanto te abraço

Que te limpam as lágrimas

Quando desesperas

Que te guardam o sorriso

Quando adormeces

Que percorrem o vazio

Quando estás distante

Mãos…

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 22/06/2011
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