GUARDO EM MIM...

Guardo em mim os silêncios que me exaltam

Contraste semelhante à vida e à morte

Se nos pensamentos não encontro melhor sorte

Mais valem, então, os ruídos que me calcam

Guardo em mim os semblantes que me acenam

Que com um sorriso me acordam e despertam

Se me chegam, me conduzem, mas não alertam

É preferível cerrar os olhos que me condenam

Olhar a estrada que nos cerca e não ver nada

É como chamar à noite uma alvorada

É caminhar pelos trilhos sem sentido

Se rejubilo com as cores de uma aguarela

Se guardo em mim memórias de uma tela

Pela vida terei de me sentir absorvido

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 24/06/2011
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