FOI NA NOITE...

Foi na noite de um dia acalorado

Quando o teatro te chamou calma e serena

E eu pelas ruas de papel e pena

Escrevia um poema para ti do outro lado

Quando os olhos de alguém surgem na noite

E se encaixam em nós como punhais

Não precisamos de mais nenhuns sinais

Para sabermos ser levados pelo açoite

Lívida e insegura me acolheste

Receosa mas de olhar celeste

Acariciavas numa mão o teu anel

Beijei-te no rosto ainda mal refeito

Acabrunhado e sem grande jeito

Caíram-me das mãos a pena e o papel

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 30/06/2011
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