FOI NA NOITE...
Foi na noite de um dia acalorado
Quando o teatro te chamou calma e serena
E eu pelas ruas de papel e pena
Escrevia um poema para ti do outro lado
Quando os olhos de alguém surgem na noite
E se encaixam em nós como punhais
Não precisamos de mais nenhuns sinais
Para sabermos ser levados pelo açoite
Lívida e insegura me acolheste
Receosa mas de olhar celeste
Acariciavas numa mão o teu anel
Beijei-te no rosto ainda mal refeito
Acabrunhado e sem grande jeito
Caíram-me das mãos a pena e o papel