A arte de viver
Wilson Correia
A vida é, meu bem, sem pedir nada ou licença a ninguém
Sempre conduzida, passo a passo, pelo tempo e pelo espaço
Ontem, diziam: “quem você é?”; hoje, dizem: “pode escolher”
Nas escolhas feitas, vai se fazendo, crendo e vivendo o que é
Até quando não escolhe o que faz é a escolha por não escolher
Faz-se um ente livre e a responsabilidade é a sua carga segura
Responde pelo estar e agir no mundo, pelo belo e pela feiúra
Sua condenação é a liberdade, não importa o caso ou a idade
Tudo lhe chega para apreciar, criticar, avaliar, julgar a validade
E suas escolhas podem ser de superfície, ou no profundo tocar
Você pode dar uma nova cara à vida, até o mundo transformar
Você pode manter a cara velha da vida, o ranço de tudo que há
Mas pode culpar a existência, o clima, noite e dia, chuva e sol
Dizendo a todos que é sina, sorte, destino, o fado incontrolável
E assim se desobrigar, indiferente não escolher, nem responder
Mas isso, minha amiga, não se encaixa na grande arte de viver