Exiguidades e gravidades...

* Em meus atos um passado recente, lembranças de uma mente fraca e vulnerável. Sem mágoas disso, novo foco. Meu discurso se altera, passo do melancólico ao indignado, descontente com as injustiças e mazelas que nos esmagam. Que mundo é este?

* Respiro mal. Paredes me comprimem. Enquanto estou sentado com o monitor brilhante que ri de mim, outros sofrem e comemoram, correm, mentem, ignoram. Só tenho uma vida suficientemente desorganizada, enredada em seus conflitos, mas não posso fechar os olhos. Quem sou eu?

* Interesse e preocupação com esses mendigos que me olham com ambivalência: esperançosos e desiludidos. Choro por dentro, sinto a fumaça, estou inquieto por minha juventude ser calada e reprimida, conformada e agredida. Quem somos nós?

* Mas tudo é pequeno, o sistema, os homens, as bíblias e invenções. Eu não sou nada e me crucifico por sentir tanto. Percebo a dimensão, ela é enorme e impositiva, insignificante e maciça. Olho no espelho: nada. Braços finos, corpo fraco, amigos ausentes, familiares alheados. Reclamo a matança, aclamo por mudança. Quem me escuta?

* Mundo confuso, a consciência acrescida sempre resulta em dor, humanos se misturam com máquinas, escuto o riso brilhante desse monitor...

Priscila Silvério
Enviado por Priscila Silvério em 04/07/2011
Código do texto: T3075719
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