DÚVIDAS...
É cheia de dúvidas
A minha vida…
A nossa vida…
Dúvidas que por vezes o ego recusa
Como forma compensatória de afirmação
Coisas da ‘egomania’
Que solta para o exterior
O que não sente lá dentro
Dúvidas que começam no tacto
Estarás a tocar o sítio certo?
Se sentes a mão tremer… estás
Porque a aquiescência do tecido tocado
É parte da consumação do teu desejo
No olhar…. Ah, no olhar!...
Quantas vezes te tremem as pálpebras!...
É o choque sanguíneo que te agita
Sentindo que os olhos que olhaste
Se confundem com os teus olhos…
No beijar…
Os teus lábios percorrem um rio de água doce
E tremes
Não vacilas, mas tremes
Porém
Se o teu corpo feito mente não reagiu
Então é porque não tocaste no sítio certo
Os teus olhos perderam-se no caminho
A água que se passeou pelo teus lábios
Era pântano à deriva.