Não sou (mais) aquela Mulher.
Aquela , que escrevia cartas a aniversariantes, não sou mais eu.
Aquela, que doava seu amor sem cuidado com a reciprocidade, não vive mais aqui.
Aquela, que, indignada, oferecia toques, acordou.
Esta, que vos fala hoje, não perdeu o coração, nem perdeu a indignação.
Esta, de hoje, prefere calar, ainda que continue a amar.
Esta mulher, que sou eu, aprendeu que o silêncio também é um modo de opinar.