[O que me Condena]

Arriscarei um palpite:

ao amanhecer, pisarei

o mesmo chão de ontem...

Sem remissão, pois!

E, consoante o que ouvi alhures,

lançarei para dentro de mim

o olhar angustiado de sempre:

a procurar o que me condena!

Estou a três linhas de ser feliz,

por que isto me é tão difícil?

Agora, resta apenas uma linha,

ainda assim, eu não a escreverei:

é como se a gota de meu esperma

apenas ficasse no ar... sem fecundar!

[Afinal, o que é que me condena

a ser o que sou, e sem remissão?]

[Penas do Desterro, 17 de julho de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 18/07/2011
Reeditado em 18/07/2011
Código do texto: T3101771
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