Desabafo de uma mestranda

Já dizia Lispector “Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas”.

Até mesmo tentar escrever sua alma pode ser um ato devastador da linguagem, mas disso, transformar as palavras em formalismos, convenções, cientificismos é muito reducionismo.

A ciência precisa desse palco, eu sei, e sei que hei de perder, por muitas vezes, minhas entrelinhas, mas digo que meu latim não é apenas isso.

Na verdade aprendi, ainda quando criança, que as garatujas continham estórias, só que com o passar do tempo, não bastava mais meus significados atribuídos a elas. Eu precisava ‘escrever certinho’ para me fazer entender. Ainda bem que inventaram a licença poética.

Vejo que as entrelinhas não deixaram de existir, continuam se fazendo NÃO entender na vida dos revisores. Mas se é necessário se escrever de um jeito único para se praticar a partilha, despeço temporariamente dessas linhas para trazer a dissertação - analise objetiva do aspecto particular.