Sou criança

Quem me dera regressar ao tempo de infância, dos apelidos e gulodices de besteragens infinitas. Tempos de inocência, porém, de vida transparente, como a água cristalina que irrigam os valores formadores do caráter.

Tempos de bonecos e bonecas, de casinha e de papai e mamãe; o sexo não é problema, pois já temos descoberto, não pelas aventuras delirantes das cegonhas, mas no trocar de ideias com a molecada.

Tempos esses que não podem voltar atrás, pois a Física já o conceitua: ele é Progressivo, no entanto, podemos viver esse tempo ao permitir transcender a criança que existe dentro de nós, se alegre ou agredida, se feliz ou oprimida, se amada ou frustrada...

Precisamos despertar a cultura indígena que corre em nossas veias, que traz o curumim a participar na vida sócio-familiar, respeitando suas ideias e valorizando os seus valores, sem a imposição, desprezo ou rejeição...

O quê é educar? O quê é civilizar?

Quando criança embora não conhecendo as Teorias temos postas em prática.

Quando crescemos o quê aprendemos não temos praticado.

Talvez por que outros valores têm sido incorporados em nossa forma insegura de viver: como a selva humana, do egoísmo, do mau caráter, da omissão, da rejeição, do desamor e da insensibilidade.

Quando criança nada disso fazia parte do meu mundo, na verdade, todos esses valores foram reprovados, estão fora de cogitação, pois fazem parte de um mundo que ficou num passado muito remoto e retrógrado, num passado que não existia Amor, do qual não faz parte do meu mundo, por que sou feliz, por que sou criança.

Luiz Carlos Serpa
Enviado por Luiz Carlos Serpa em 21/07/2011
Código do texto: T3110330
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