PERGUNTA-ME...
Pergunta-me o que fiz na vida até te encontrar
Caída
Desalentada
Descrente
Sem respostas para as perguntas que a vida te colocava
Pergunta-me o que fiz
Quando os meus braços já não encontravam o ritmo ascendente
E as mãos tocavam o chão poeirento e enlameado
Irmanadas com as raízes podres das árvores velhas
Pergunta-me o que respondiam os lábios
Quando a voz, amortecida de tanto cansaço
Mal conseguia balbuciar o teu nome
Que cintilava ardente nos meus olhos
Pergunta-me quantas vidas vivi
Quantas blasfémias proferi
Onde guardei as emoções que nunca senti
Uma vida adiada
Perdida
Um cofre vazio.