DESABAFO DE UMA QUARENTONA

Hoje me olho no espelho e vejo o semblante decaído como uma folha de papel amassada pela vida.

Não, pela vida não.... Pelas coisas que cercam-na.

Nunca fico só, isso é fato.

Definitivamente sempre tenho alguém como companhia. Normalmente sem esforço algum, a pessoa que está comigo ri muito porque eu mesma dou muitas risadas de mim, das minhas faltas, erros, e males que sobrevêm a qualquer ser humano a todo instante.

Divertida e carinhosa, sigo entretendo aqueles que já tiveram um amor, difícil demais de esquecer... Mulheres que conseguem deixarem de serem boazinhas e pisam sem dó em suas cabeças, algumas vezes com protuberâncias colocadas por elas mesmas...E como são amadas essas malvadas!!!!!!

Quanto a mim, vou ganhando amantes Sonrrisais( fervem e apagam em um minuto) e amigos que sempre sentirão muito carinho por mim pelo resto da vida...( Como forma de gratidão por eu cair fora sem encher o saco)

E a pele anda flácida, mais e mais a cada dia...

O coração anda flácido também...

Suporta vácuos, lacunas intermináveis, humilhações, desventuras que não chegariam ao tamanho da cabeça de um alfinete no passado.

São hoje bondes.... Verdadeiros elefantes....Mas já não pesam...

E as rugas riem .... Dão gargalhadas e desafiam a alma romântica, sonhadora e adolescente que insiste em permanecer viva.

Hoje não peço mais a Deus um amor, aquele que me tenha desejo ardente e que manifeste publicamente este amor com palavras, gestos e atitudes.

Hoje, peço a Deus que aquiete minhas vontades e me dê conformidade... Minha alma está envelhecendo.... E eu não quero sentir pena dela, quero que a maturidade venha e a conforte, nada mais...

( Silvana Cervantes)

Silvana Cervantes
Enviado por Silvana Cervantes em 31/07/2011
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