Menino sem rumo,

Tristonho menino que se arrasta de cama em cama, tem pernas abertas e corações vazios gemendo a seu redor. Ai de ti menino que tem um corpo belo, um sorriso sedutor e uma alma vazia. Menino, você vai acabar só, por medo de que seu grande amor faça como já viu muitas fazerem, fuja para outra cama para se distrair e deixe você sozinho a lamentar...

Quando sonha com a bela, a doce... seria a puta que puxa os cabelos capaz de te sorrir ao acordar, acarinhar seu rosto e dizer bom dia sem pressa em um sábado de sol? Como sonhou a mãe dos seus filhos, a torneada da academia que te dá atenção somente se houver um espelho para se contemplar quando quiser, ou que se acha tão deliciosamente atraente que não suporta frustração alguma, já que o mundo se dobra diante de si.

Seus sonhos de criança foram sonhados para serem vividos solitários e tristes? Quer uma casa grande, um carro belo e nenhum porto seguro? Quer a futilidade de uma Barbie que te dá todos os buracos e gemidos mas que nunca te fará observá-la dormir, acariciando os cabelos? Quer um iate, um jatinho e uma grande empresa para ser herança de seu lanchinho? Oh, sabes de fato o que é se perder no toque, suspiros, olhos e silêncios de uma mulher? Suporta os turbilhão de ter ao lado uma mulher real? Seria forte o suficiente para suportar alguém capaz de gerar vida dentro de si em todas as suas nuances geradoras e destruidoras?

Um homem, de verdade, não teme a companhia, muito mais conhece a dor da solidão, esta luxuria de desejar no vazio, se jogar em um abismo de gozo vazio é a morte, a angustia de não ter a quem amar é a condenação mais dolorosa, é abrir mão do dom divino de desfrutar da pureza de uma alma em dois corpos.

O sexo, o desejo, lascívia, podem ser viciosos ou virtuosos, assim como remédio, que em alguma dose é veneno, é preciso sorver tudo o que há de bom é ruim na medida exata... e se esbalda no excesso de ser somente objeto de si e do outro, mero membro intumescido que cabe em qualquer orifício, e não corpo dotado de alma e essência. Condena-se a ser a sombra do que te foi destinado, fantoche do mal, ironia do devir, um fluir sem rumo, desperdício de essência.

A pergunta é: quem você quer ser?

T Sophie
Enviado por T Sophie em 07/08/2011
Reeditado em 26/12/2011
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