NAS TREVAS...
Há dias em que as emoções
Pesam mais que a dureza do trabalho
Dias em que a mente se torna felina
Na absorção dos ventos ciclónicos
Que nos sacudiram o pensamento
Para o exame final da razão
Dias em que sentes vontade de escuridão
De silêncio
Dias em que chamas a ti as trevas
Como fêmea chama a cria quanto sente o perigo
Nas trevas…
No vasto espaço onde só tu habitas
Reflectes…
Por que braços suavizei as mãos?
Que faces ruborizaram com a profundeza do meu olhar?
Que lábios deixei estupefactos com a leveza dos meus?
Que olhos se fecharam ignorando a minha passagem?
As respostas chegaram em forma de vazio
Roçando o inócuo
Afinal, as trevas ajudaram-te a concluir
Que vives em emoção constante.