SE QUANDO...

Se quando subias o corpo da encosta

Curvada pela vida que te foi madrasta

Fugias da vontade de gritar um basta

É porque contigo não tinhas a resposta

Se quando humilhada baixavas a cabeça

Impotente para travares corrente adversa

Mais vale traçar caminhos na inversa

Mesmo que os solos te neguem a promessa

Se quando sobre ti lançava um doce olhar

Daqueles que abrimos e pomos a voar

Esperando que flutue em direcção ao espaço

Não respondias dando a mão à frustração

É porque o relógio que te acciona o coração

Ainda só estava ao alcance de um abraço.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 10/08/2011
Código do texto: T3151925