O CÁLICE...

Tomaste em tuas mãos divino cálice

Bebeste um vinho de excelência, encorpado

Passaste a língua pelos lábios, nobre estado

Preparaste a fuga num pequeno ápice

Deixaste o cálice meio cheio, meio vazio

Disfarcei para que não soubessem que a razão

Era tocar no ponto onde detiveste a mão

Enquanto o vinho escorria doce e frio

Todas as vidas são feitas de momentos

Com cálices, vinho e outros argumentos

Que nos fazem sentir heróis por uma hora

Sentir no cristal os lábios de outro alguém

É ficar do encantamento meio refém

É ter a cabeça à roda como a nora.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 18/08/2011
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