O CÁLICE...
Tomaste em tuas mãos divino cálice
Bebeste um vinho de excelência, encorpado
Passaste a língua pelos lábios, nobre estado
Preparaste a fuga num pequeno ápice
Deixaste o cálice meio cheio, meio vazio
Disfarcei para que não soubessem que a razão
Era tocar no ponto onde detiveste a mão
Enquanto o vinho escorria doce e frio
Todas as vidas são feitas de momentos
Com cálices, vinho e outros argumentos
Que nos fazem sentir heróis por uma hora
Sentir no cristal os lábios de outro alguém
É ficar do encantamento meio refém
É ter a cabeça à roda como a nora.