A VÓS...

A vós me dirijo calmo e insano

Que me ouvis lamentar sem dó nem fonte

Elevai-vos ao patamar de qualquer ponte

Dizei-me como colmatar este meu dano

A vós que olho triste sem desdém

Que vedes em mim leme sem destino

Soltai de vós o mais agreste ensino

Apagai com esponja o mal que de mim vem

A vós que nunca escuto com fervor

Que evito aprofundar os sons da dor

Que saio das palavras sem piedade

Me dirijo sem fixar o vosso olhar

A vós que podeis ser o meu mar

Vos suplico que perdoes esta ansiedade

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 07/09/2011
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