A VÓS...
A vós me dirijo calmo e insano
Que me ouvis lamentar sem dó nem fonte
Elevai-vos ao patamar de qualquer ponte
Dizei-me como colmatar este meu dano
A vós que olho triste sem desdém
Que vedes em mim leme sem destino
Soltai de vós o mais agreste ensino
Apagai com esponja o mal que de mim vem
A vós que nunca escuto com fervor
Que evito aprofundar os sons da dor
Que saio das palavras sem piedade
Me dirijo sem fixar o vosso olhar
A vós que podeis ser o meu mar
Vos suplico que perdoes esta ansiedade