Vazios Serenos, in memoriam de Carmem Célia de Britto Uchoa
Um “buraco negro” em meu ser
Segui-me
Não sei até quando me persegue
Tua lembrança ou estado mental
É momentânea em qualquer
Instante de um dia: em casa, na rua, no trabalho, no sono, no acordar...
E a vontade desse infinito tempo é de somente chorar...
E às vezes choro para dentro
Outras não, para fora
Pois, a vida me cobra caminhar
Mas é para dentro que um instante infinito
Estabelece,
A grande sensação recolhida do fitar
E aí,
Vêm à mente histórias dos momentos das poucas convivências vividas
Em teu passar
E a cada recordação,
Fixam arrependimentos de melhor
Em não ter vivido àqueles tempos,
Embora as deficiências e dificuldades
Na então presença ou ausência
Quando por nós passaste em vida...
E os vazios serenos e instigantes na alma se espojam
Tratam-se dos vácuos impelidos pelas eternas e provocantes
Saudades de você Carmen
Que aqui, neste novo e repentino instante
Pego-me em ti, relembrar
E a vontade novamente não é outra senão em voltar
Por ti e para ti, novamente chorar...
Sertão de Pernambuco, 7 de setembro de 2011, às 19:55