NO DESERTO...
Atravessei desertos a pleno céu aberto
Como fornalhas sem dó nem compaixão
Delirava impávido quando estendia a mão
Imaginando oásis que não estavam por perto
Meu corpo nu ardia numa fogueira
De sol ardente que me comia o rosto
À minha frente os laivos de fogo posto
Anunciavam-me o caminho da cegueira
Quando a vida não é mais que uma prisão
Por onde passamos sem sabermos de antemão
Que na rua ao lado estava a nossa sorte
Desencontrados traçamos o percurso
Fora de prazo apresentamos o recurso
Vamos descobrir no deserto a nossa morte