AUSÊNCIA

Costumava ver-te no alto do cume !!!

Eu tão minúsculo, rodava o pescoço

Tentando não perder pitada do troço

Mesmo escorregando em trilhos de estrume

Desapareceste ! … quanto me dói a tua ausência !

Os meus olhos já não brilham como outrora

Marco uma hora … fustigo a apetência

Recolho aos dias em que a escuridão devora

Caminho pela angústia de áridos desertos

Tendo como certos sóis que me envelhecem

Anoiteceres céleres que me entristecem

Vagas, tufões, mares de corações abertos

Oh como sinto a tua ausência…

O teu abandonar do cume, da montanha

Despida de sonhos, evasiva, estranha

Como se nada irradiasse a tua essência

Ausente estás… inerte me quedo à tua espera.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 18/12/2006
Código do texto: T321971