SITIADO...

Por entre arbustos

Densos e anciãos

Avós dos meus avós

Na terra…

Testemunhas de gerações

Cama de muitos sóis

Alvo de imensas águas

Oxigénio em flor

Olho e repenso

Como é bom estar sitiado!...

Abrir as mãos

Estender os membros

Como braçadas em maré baixa

Que nos levam passos

Mas nos mantêm o corpo

Quero sair

A mente não obedece

Ao fundo a estrada

O vendaval de vícios

Que me rouba o que acabei de ganhar

Como é bom estar sitiado!...

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 22/09/2011
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