Sambando

Vou sambando

Agora é assim que sei fazer

Atrás dos rastros da batucada

Sem escolher a música tocada

Viro, reviro

Mexo, remexo

Acompanho a melodia

E não me importo se nem a elegeria

Descobri que é mais sábio pular

Que pelo compasso preferido não se deve brigar

Que se o comando não me pertence

Melhor é seguir em frente

E só palpitar quando a minha escola for desfilar

Que o enredo alheio tem seus próprios segredos

Suas próprias razões

Independente das minhas egoístas sensações

Continuo e não paro

Até descubro prazer no que não me é responsável

E admiro o som da cuíca

Que ao outro significa

Encontro minha diversão na busca do próximo compasso

E acompanho ainda que exagere no meu rebolado

Gosto mesmo de sambar

Viver e saber brincar

Enaltecer a harmonia

Torcer e dançar

Ao som de alguém

Ou de quem não sei identificar

Conhecer a beleza e o ritmo de outros hinos

Sabendo que o meu segue critério do meu próprio tino

Ou até mesmo dos meus desatinos

Não tenho mesmo medo do perigo

Ouço, danço, balanço

Nem me canso

Até porque sempre posso parar

Quando o silencio se fizer urgente

Ou quando ao som do meu preferir requebrar

Já que meu tema nunca deixa de me inspirar