Incitação do dia

A pergunta de um dia, a pergunta de um ano, a pergunta de uma vida, vivemos movidos por perguntas, desenvolvendo-as e respondendo-as. Hoje, acordei com um novo questionar: será, mesmo, a crítica essencial ? Esse desejo de destruir o ruim, de sempre melhorar, de pacificar a vida. Será que não posso preferir a guerra à paz? A briga, a disputa, a instabilidade para conseguir? Pois um ponto é certo: o conforto desencoraja o homem; vivemos, pois, em um mundo sem coragem, que busca ser confortável, e com uma necessidade chata e incisiva de melhorar. Crítica ao moralismo, ao imoralismo, ao certo e ao errado, aos que se mobilizam de mais, aos que se mobilizam de menos... Não posso, simplesmente, viver sem crítica? Pelo menos por hoje – onde essa pergunta comanda com imperialismo distribuindo doces sensações de satisfação – creio que viverei. Estou errado, estou vazio, sinto esse vazio, não estou em paz, não estou gostando da paz; poderia, eu, simplesmente não criticar? Não querer melhorar por este dia, ao menos?