A ROTA...
Os meus olhos
As minhas mãos
Os meus sentidos
Procuram uma rota
Que me aguce a visão
Que me suavize o envelhecimento
Nos afagos
Que me direccione na estrada certa
Da reciprocidade
A rota que me leve a encarar em vida
Do que a morte me despojará
A linha recta que me leve aos teus braços
Em dia de aconchego
Em tarde de ansiosa espera
Em noite de respirares comuns
A rota costumada dos sabores
Dos paladares da sensualidade
Das línguas que secam a frescura
De tanto se amarem
Dos atritos que se curam
Com um beijo
A rota das aves migratórias
Na mudança da estação
A rota da vida