Queda dos inocentes

O meu anjo caiu

Cortaram lhe as asas

Podaram a auréola

Riscaram sua face

Na face rictos de dor

No corpo marcas da tragédia

Mancharam seu sangue

Com sangue infecto

Ele agora sabe o gosto do pecado

Lavaram seu corpo com água do pântano

Para que possa sentir na carne o suor queimando

Cheira suor

Bebe água de poça

Virou marginal

No mundo desumano

tornou-se cruel

escravo do ócio

a merce do ódio

Amor, não sabe

Desconhece

Esquecido no fundo de uma garrafa de vodca

Tornou-se amargo

um ser errante

Um ser pensante

Num mundo sem nexo.

Magda simplesmente
Enviado por Magda simplesmente em 12/10/2011
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