NO CHÃO...
No chão…
De onde brota a erva
Que te esverdeia os dias
Onde assenta a água
Que esvazia os céus
Que pisas quando caminhas
Te muda a cor quando o abraças
No chão caem as tuas lágrimas
Quando sais ao ermo
Quando os panos
Já não sustêm o teu caudal
E tu…
Com a mão tremente
E o sentido em desalinho
Desces ao solo
Para apanhar as gotas
Como se fossem peças raras
De uma colecção una e indivisível
Gotas de um espaço temporal
Dos minutos que questionam os teus porquês
Do chão…
Saem-te débitos de reflexão
Que provocam reacções
De raiva
De inconsistência
De verdade
Deixa que teu riacho divague
Deixa que seja absorvido
No chão
Através das tuas águas
Salgadas na essência
Doces no conteúdo
Nova erva esverdeará o teu sorriso
No chão levantada