NO CHÃO...

No chão…

De onde brota a erva

Que te esverdeia os dias

Onde assenta a água

Que esvazia os céus

Que pisas quando caminhas

Te muda a cor quando o abraças

No chão caem as tuas lágrimas

Quando sais ao ermo

Quando os panos

Já não sustêm o teu caudal

E tu…

Com a mão tremente

E o sentido em desalinho

Desces ao solo

Para apanhar as gotas

Como se fossem peças raras

De uma colecção una e indivisível

Gotas de um espaço temporal

Dos minutos que questionam os teus porquês

Do chão…

Saem-te débitos de reflexão

Que provocam reacções

De raiva

De inconsistência

De verdade

Deixa que teu riacho divague

Deixa que seja absorvido

No chão

Através das tuas águas

Salgadas na essência

Doces no conteúdo

Nova erva esverdeará o teu sorriso

No chão levantada

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 22/10/2011
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