A MÃO...

A mão que a face sente com calor

Que o corpo faz amiúde estremecer

É a mesma mão que vejo hoje tremer

Se a intensidade não tem o mesmo ardor

A mão que acenava na hora da partida

Lavando lágrimas impossíveis de parar

É a mesma mão sem força para voltar

Que fica inerte no desencanto erguida

A mão que abraçava de sorriso outra mão

De corpos colados prenhes de emoção

Olhos ardentes, caminhos desbravados

É a mesma mão que flutua no ocaso

Fechada no temor do tempo raso

Na espera dos anseios sonegados

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 03/11/2011
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