O MEDO...
O medo que crispa as faces e dilata os olhos
Quantas vezes em forma de abstracto
Te retira o odor, o senso e o tacto
Te transforma a vida num arraial de escolhos
O medo que te faz mudar de rua
Fechar janelas e ficar na escuridão
Te faz amiúde acelerar o coração
Mentindo a uma vida que não é a tua
O medo que sentes quando estás frente
Te confronta em génese com a outra gente
Que por ti passa olhando-te de lado
É igual à sensação da prematura morte
Que nos entrega impávidos e em sorte
Ao adeus que nos reserva o último bocado