SILENCIOSAMENTE...

Refém de mim próprio

Refugio-me num caudal de pensamentos

Como se nada à minha volta existisse

Como se o espaço único fosse o pedaço onde me sento

Não há redor

Há apenas a rocha

Onde batem gotas de água

Que se escapam a cada beijo

Silenciosamente

Há apenas um abrir e fechar de olhos

Em sintonia com a cadência do vento

Um vento que não se ouve

Mas que se sente

Silenciosamente

Diminuta abertura

Onde cabe o mundo que me constrói

Naquele momento

De vida única

Silenciosamente

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 08/11/2011
Código do texto: T3324771