Ass.: Dor

Minha vida é um cubículo, cercada por paredes invisíveis, por onde minha voz ecoa fazendo-me pensar naquilo que ainda não fiz. Às vezes sou sufocada pela própria voz, necessitando gritar, mas ouvindo apenas o sussurro da minha alma. O sarcasmo e o cinismo me rodeiam, a mentira anda ao meu lado, esperando para ser “convocada”.

O vento que me toca é diferente dos outros, trás com ele poeira que suja minha garganta, me impedindo de falar.

O sonho não é sonho, pesadelos consomem minha noite, quando a insônia vai embora, oráculos veem maus presságios e a lua escurece ao ver-me passar.

Mesmo assim, busco a límpida água que limpa minha alma, retirando toda poeira de minha garganta, expelindo aquilo que me faz mal, ando de mãos dadas com a verdade e compartilho meus dias com a esperança. Procuro nos pesadelos o aprendizado, buscando o estímulo do sonho bom; enquanto isso as paredes são explodidas com meu grito de libertação, deixando minha alma livre para seguir seu caminho rumo ao azul do céu.

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