DESENCONTRO...
Sinto os olhos ácidos de tanta avidez
Braços rígidos e cansados
De se erguerem no espaço do nada
Tremem-me as pernas arqueadas
Saturadas de um caminho vazio
Onde ecos sem fim escondem ideais
Albergados nos baldios ou nas recônditas florestas
Vagueio por tempos cinzentos
Alheado de ameaças tempestuosas
Não sei o que procuro
Ou se procuro
Sei que não me remeto à paralisia estática
Até que o corpo me desobedeça
Até que a estrada me acolha
No seu lamacento seio
Cobrindo-me com as folhas secas
Das árvores do desencontro