DESENCONTRO...

Sinto os olhos ácidos de tanta avidez

Braços rígidos e cansados

De se erguerem no espaço do nada

Tremem-me as pernas arqueadas

Saturadas de um caminho vazio

Onde ecos sem fim escondem ideais

Albergados nos baldios ou nas recônditas florestas

Vagueio por tempos cinzentos

Alheado de ameaças tempestuosas

Não sei o que procuro

Ou se procuro

Sei que não me remeto à paralisia estática

Até que o corpo me desobedeça

Até que a estrada me acolha

No seu lamacento seio

Cobrindo-me com as folhas secas

Das árvores do desencontro

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 11/11/2011
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