A minha experiência com o Daime e a consciência de unidade

A minha experiência com o Daime proporcionou-me uma percepção muito feliz e unificada da minha existência, orientando minha consciência para um sentido de pertencimento e união com a natureza, consciência que sou um ser independente e único responsável pelas minha escolhas, sentimento de gratidão para com Deus, respeito e carinho a toda criatura viva seja um arbusto, um animal ou uma pessoa e o sentimento de integração com o universo.

Acredito que esta experiência remete-nos a um saber inconsciente sobre a origem divina do ser humano em que ele é mais um elemento da natureza tão vivo e importante como as plantas, os animais, os insetos, etc. e o que nós fazemos ativa ou passivamente influencia todo o sistema no qual estamos envolvidos seja ele uma família, o bairro que moramos, cidade, estado, país.....

Este saber se completa no sentimento criatura-criador em que somos filhos de um ser supremo que identifico o símbolo da Sagrada Família: Patriarca São José, Jesus Cristo Redentor e a Virgem Soberana Mãe. A consciência da unidade integra e fortalece a percepção singular de cada pessoa, fazendo-se um princípio base para criatura religar com o criador.

Para compreender este fenômeno busquei resposta na polaridade felicidade e infelicidade para elucidar a característica de uma psique saudável de uma não saudavel. Uma pessoa feliz pode vivenciar sentimentos de tristeza que isso não implicará numa mudança de estado de consciência, embora esteja triste continuará vivenciando a experiência de ser feliz. No exemplo de uma pessoa infeliz mesmo que esteja um momento alegre de sua vida ele não é suficientemente forte capaz de superar o estado de consciência de infelicidade, sob perspectiva desta lógica a superação da infelicidade só é possível numa mudança na postura frente aos acontecimentos da vida cotidiana, ou seja, uma mudança de percepção estrutural.

Na construção subjetiva do ser humano as relações do núcleo familiar transmitem o entendimento base da consciência de unidade, neste caso a criança internalizará sua percepção das interações familiares sejam elas harmônicas ou desarmônicas, à medida que o grupo familiar for fortalecido, compreensivo e nutritivo afetivamente mais facilmente a criança compreenderá os limites e possibilidades da sua autonomia e dependência diante deste grupo, desenvolvendo a noção de pertencimento e acolhimento fora do ventre materno. Caso contrário haverá uma fragmentação da percepção na tentativa de evitar sofrimento desenvolvendo um caminho inverso, ou seja, invés de buscar integração irá buscar o individualismo, a solidão, o egoísmo, tristeza, depressão entre outras características próprias das neuroses e perversões da mente humana.

A opção pelo amadurecimento pessoal possibilita a expansão da consciência possibilitando alcançar níveis mais elevados de consciência, como por exemplo, o sentimento de integração com a natureza e o sentimento mais sublime de ligação com Deus. Ressaltando que esta opção pode acontecer em qualquer momento e/ou da vida da pessoa, e na perspectiva do ensinamento de Jesus Cristo trata-se do nascer de novo.