A CRUZ...
Há em todos nós uma encruzilhada
Estradas confusas
Labirintos
Espaços por onde entramos
Sem saída à vista
Ruas inquinadas
Que nos fazem retroceder
E voltar ao ponto de partida
A cruz onde nos pregam
Nos deixam a olhar para baixo
Como seres superiores
De um universo de risos e sarcasmos
A cruz que nos verte o sangue
Como suor vermelho da angústia
Não temos coroa de espinhos
Mas temos os espinhos que nos coroam
E rasgam por dentro
Nos dilaceram e nos enrugam a face
Nos esmorecem o olhar
Como flor esbatida pelo tornado
A cruz de onde descemos
E que, quando descemos
Nos desvenda a saída abrupta do labirinto.