+ 1 Trecho de um diario

"Hoje, finalmente me decidi, abrirei mão de minha humanidade, me dedicarei a causas mais importantes. Cansei como já era de se esperar, desta existência fútil, me dedicarei a algo que transcenda esta realidade, tudo o que já alcancei ate aqui, abrirei mão desta tola busca, que é o amor Eros, abrirei mão, também, da riqueza que o capitalismo prega que só traz uma profunda angustia em minha alma, vejo algo mais longe, tenho um alvo que aguça meus sentidos, atraindo-me... Não posso definir bem que força é esta, mas pretendo descobrir.

Pode parecer estranha esta busca, dirá que sou muito jovem para sentir esta angustia nostálgica da existência, mas este vazio parece se expandir, devora meu animo, me faz tremer como se um mundo pulsasse dentro de mim, com vozes que sussurram, e tenho que tentar descobrir de onde vem.

Talvez eu seja anormal, é isso, como curinga em um baralho, assim como bem definiu um grande autor, algo que esta fora da normalidade, que vem pra mudar, virar o jogo. Não me diria jamais tão digna de importância, sou só poeira cósmica, assim como todos, mas, acho que posso exorcizar meus fantasmas, ao contrario de algumas pessoas, não sei conviver com eles...

Eu já caí tantas vezes, mas me levantei e continuei a caminhar, eu fugi de mim mesma por muito tempo, mas quando me vi de frente, descobri que na tinha mais motivo pra fugir, eu plantei nos quatro cantos do mundo, sementes de inquietação, pena que descobri que estavam todos em um transe sonâmbulo de insanidade. Então me vi sozinha em um mundo insondável, presa em uma caixinha de vidro, resolvi me libertar...

Acho que chegou o momento de deixar de fazer concessões. A hora de tentar escapar das garras da lassidão é agora, o tempo vai ser meu inimigo, eu sei, mas prefiro morrer tentando, que ser tragada para o negro buraco onde se escondem meus demônios..."

obs: Sophie é o mesmo que Sophia, Sofia, que significa "sabedoria", então levem em conta estas palavras como a de uma "jovem sabedoria", talvez o saber que mora dentro de nós, o saber que nossa subjetividade gera a longo da vida, com suas conclusões fundamentadas em nossas experiencias, mas que fica às vezes apenas no mundo da suposições, e ideias, sem serem postas e pratica...

T Sophie
Enviado por T Sophie em 04/01/2007
Reeditado em 07/01/2007
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