O nada muitas vezes é o suficiente
"Ás vezes se tem tudo e não se tem nada ao mesmo tempo...
É como a evasão que enche o espírito com um mísero contento...
Ás vezes parece o mundo sobre nós desabar!
E a tristeza logo acha uma alma para encostar...
Mas com tudo ás nossas mãos, o que mais falta?
Não se sabe por que seres sãos não possuem estima alta...
Não se sabe ainda a cura para repentina solidão,
Ou muito menos para a dor que aflige o coração...
Ás vezes se tem amigos, família e amores...
Mas parece tudo isso não ter mais que meros valores...
Parece que a vida se torna um praxe incorrigível...
Parece que a serenidade é uma peça incompatível...
E todos nós, possuidores de bens materiais, de nobres sentimentos, honra e dignidade...
Parece que todos nós, pensantes animais, caminhamos para a mesma mediocridade...
Somos medíocres, pois achamos que a vida é eterna ou ainda pensamos que as pessoas são infinitas...
E no final, a companheira terna será a angústia das coisas não ditas...
Felizes daqueles que têm tudo e tudo!
Não se queixam do seu fado incoerente...
Ou muito menos duvidam da própria sabedoria vivente..."