O nada muitas vezes é o suficiente

"Ás vezes se tem tudo e não se tem nada ao mesmo tempo...

É como a evasão que enche o espírito com um mísero contento...

Ás vezes parece o mundo sobre nós desabar!

E a tristeza logo acha uma alma para encostar...

Mas com tudo ás nossas mãos, o que mais falta?

Não se sabe por que seres sãos não possuem estima alta...

Não se sabe ainda a cura para repentina solidão,

Ou muito menos para a dor que aflige o coração...

Ás vezes se tem amigos, família e amores...

Mas parece tudo isso não ter mais que meros valores...

Parece que a vida se torna um praxe incorrigível...

Parece que a serenidade é uma peça incompatível...

E todos nós, possuidores de bens materiais, de nobres sentimentos, honra e dignidade...

Parece que todos nós, pensantes animais, caminhamos para a mesma mediocridade...

Somos medíocres, pois achamos que a vida é eterna ou ainda pensamos que as pessoas são infinitas...

E no final, a companheira terna será a angústia das coisas não ditas...

Felizes daqueles que têm tudo e tudo!

Não se queixam do seu fado incoerente...

Ou muito menos duvidam da própria sabedoria vivente..."

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 04/01/2007
Reeditado em 04/01/2007
Código do texto: T336723